11mar10

é madrugada e ela continua acordada, seus pensamentos absorvem o sono e vagarosamente preenchem seu espaço. a insônia está ao seu lado para que em nenhum momento ela cochile. agora, tudo que tem são recordações de um passado distante. não que ela sinta saudades, apenas aprecia e tenta entender aquelas inúmeras histórias sem um fim própriamente dito. cada vida que fez parte da sua, cada vida que ela fez parte. olhando para as fotografias do mural busca dentro de si fragmentos deixados por cada um e fica a imaginar se deixara dentro deles os seus fragmentos; quais teriam sido? ela sente a dor de ver como o presente, em pequenas frações de segundo, consegue se tornar passado e arrastar consigo emoções, sentimentos e sensações. quase se sente triste ao ver todos aqueles que ela deixou, todos os que a deixaram ou aqueles que, devido ao ciclo natural da vida, tenham seguido outros rumos. quase triste, quase saudade. não por indiferença, mas por saber que valeram à pena cada um dos detalhes que hoje fazem parte de quem ela é. olhando para o mural, fica a imaginar o fragmento que cada vida que hoje passa pela sua, irá deixar.



2 Responses to “”

  1. No fundo a gente nunca sabe ao certo o quanto faz parte de alguém ou o quanto de alguém faz parte da gente… Talvez só quando sentimos falta.

  2. E ela quase tem vontade de parar o tempo. E quase tem vontade de continuar.


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